FRATURAS ÓSSEAS
O conceito de fratura é
a perda da continuidade óssea.
Em outras palavras, qualquer quebra ou rachadura no osso é uma fratura.
Na maioria das vezes,
essas são o resultado de traumas aplicados
aos ossos.
Há, entretanto, algumas
nuances que fogem do
lugar comum da ideia de que fraturas são causadas por uma força excessiva sobre
o osso.
Neoplasias (Uma neoplasia é uma massa de tecido que se forma devido
ao crescimento e divisão anormais de células, que não morrem quando deveriam.) e outras condições
clínicas podem levar a fratura de ossos mesmo com forças de baixa intensidade.
Já outras características
como o estado da cobertura de pele no local da fratura podem mudar
completamente sua forma de tratamento.
Fraturas
traumáticas são mais usuais, por isso, são a
primeira imagem que nos vem à cabeça quando pensamos em um “osso quebrado”, com
vários de nós possuindo inclusive experiências pessoais na infância ou mesmo na
idade adulta de um dedo ou osso do antebraço fraturado.
O trauma é a causa mais comum de
fraturas ósseas, ocorrendo pela ação de uma força que excede a carga de falha
do osso.
Além das traumáticas, uma
fratura pode surgir de ossos enfraquecidos submetidos a forças de estresse habituais. No local
de neoplasias ou até
mesmo após uso de medicamentos,
por exemplo, as cargas impostas por atividades do dia-a-dia podem ser
suficientes para fraturar o osso.
Assim a definição nos livros especializados de
fraturas, como a perda de solução de continuidade de um osso é um conceito muito amplo, e que não nos dá
muitas informações.
Surgem então as classificações e subclassificações,
com o objetivo de que a nomenclatura das fraturas ósseas permita mais
prontamente, entender a localização, extensão, características e até mesmo as
suas causas.
É possível classificar uma
fratura de acordo com a morfologia
da lesão:
•
Fraturas simples (com traço em espiral, transverso ou oblíquo);
•
Fraturas em cunha;
•
Fraturas multifragmentadas.
Determinar se a fratura
é extra articular, parcialmente articular (quando
apesar do traço de fratura atingir a superfície articular, ainda há conexão da
epífise articular com o restante do osso) ou completamente articular tem implicações na definição do
tratamento da fratura.
Fraturas abertas e fechadas
•
Fratura
fechada é quando a pele sobre a fratura se
encontra íntegra.
•
Fratura
aberta é quando a pele se rompe e o osso fica exposto.
Apesar de simples, esse
conceito é definidor de conduta pela maior chance de infecção, associada às fraturas
abertas.
O tratamento cirúrgico muitas vezes
é imperativo, com condutas variando de cobertura do tamanho de fratura com
tecidos adjacentes à região exposta, até mesmo a reparos vasculares devido ao
dano de partes moles associado.
Para todas as fraturas abertas associa-se tratamento com antibiótico. Definir
onde o trauma ocorreu pode mudar ainda o espectro de cobertura desse tratamento.
Fraturas não traumáticas
Vimos que a maior parte
das fraturas ocorrem por meio de traumas
de alta energia que ultrapassam a capacidade de suportar cargas e
absorver energia do osso.
Aquelas fraturas que
ocorrem devido a traumas de baixa
energia servem como um alerta sobre alguma condição subjacente que
enfraqueceu o osso a esse ponto de susceptibilidade.
Alterações
metabólicas, a mais comum delas representada
pela osteoporose, distúrbios da homeostase
mineral óssea, doenças do colágeno e ainda efeitos adversos de medicamentos,
sobretudo glicocorticoides, são as causas
mais encontradas para esse enfraquecimento.
Fraturas
por estresse são um segundo grupo de fraturas
atraumáticas que ocorrem como consequência de uma pressão frequente e
repetitiva em determinada região óssea. Esse tipo é mais comum em
atletas e, na maioria das vezes, atinge os membros inferiores como a tíbia
e os metatarsos.
Sinais e sintomas
As fraturas são, de uma
maneira geral, bem percebidas pelos pacientes com o contexto do trauma, seguido de dor intensa no local, perda da função
do osso afetado, o que depende da região envolvida, acompanhadas ou não de
deformidades regionais causadas pelo osso deslocado da sua posição habitual.
Ao notar que algum osso
sofreu uma fratura, é essencial
imobilizar o membro lesionado. Essa ação evita que o quadro se agrave, além de
ajudar a diminuir a dor na região.
Caso a fratura seja exposta, o ideal é cobrir o local com um pano limpo e
levar o paciente, o mais rápido possível, para o hospital. Esse tipo de lesão
envolve maior risco de
contaminação e requer, assim, cuidados extras e imediatos.
Tratamento
fixadores circulares Ilizarov
Além do alívio da dor, o
tratamento definitivo das fraturas envolve a sua redução.
Esse termo é utilizado
para o ato de realocar o osso em sua posição habitual, o que pode
ser feito por meio de uma cirurgia (redução cruenta ou aberta) ou pela
manipulação da região sem necessidade de incisões na pele (redução incruenta ou
fechada).
A região afetada
invariavelmente requer algum período
de imobilização que pode variar bastante dependendo do local da
fratura.
Há vários tipos de imobilização que podem
ser usados nesse período do tratamento, entre elas encontram-se os famosos
aparelhos gessados, imobilizando as articulações adjacentes ao traço de
fratura.
As imobilizações cirúrgicas podem
utilizar fixadores externos,
como os fixadores circulares Ilizarov e os fixadores internos pautados no uso
de placas e parafusos que fazem a fixação do osso.
Por fim, a fim de
restaurar os movimentos do paciente é imprescindível a realização de fisioterapia conforme
indicação médica.
O tempo de recuperação total de uma
fratura tende a variar bastante e depender de uma série de fatores como a idade
do paciente, o osso afetado, tipo de fratura, comorbidades e capacidade de
recuperação individual.
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